segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Aprendendo a cada dia.

Hoje não vou falar sobre a missão, mas sobre como tem sido meus dias. 
Na última semana vivi o drama que parte da cidade onde moro atualmente vive: a falta de água. Inconformada com a falta de organização e estrutura, aborrecida pela má utilização da pouca água que nos resta. Meu condomínio tem sido abastecido 2 vezes por dia, seja pelo DAE ou por algum caminhão particular, a água que tecnicamente duraria 2 dias tem durado 2 horas. Hoje sou acordada pela minha mãe: a água voltou! Corro para tomar banho, usar o banheiro e encher garrafas de água potável antes que os pouco mais de 100 moradores do meu condomínio acabem com mais de 70.000 litros de água. E assim tem sido há 2 dias... Inconformada, aborrecida, estressada.

Engraçado como temos o péssimo hábito de reclamar, reclamamos muito! 
Hoje fui a cidade de Lençóis Paulista, uma das muitas cidades do interior de São Paulo atingidas tragicamente pelas chuvas tempestuosas dos últimos dias.  A cidade está acabada, centenas de pessoas desabrigadas, casas cobertas de lama, comércio destruído, a vida de milhares de pessoas completamente destruída. Lama, lama, lama. Lama por todo o lado.
Uma tragédia! Sim, uma tragédia. 




Tive a oportunidade de ouvir e ajudar algumas famílias, uma mãe dessas famílias ao me contar o ocorrido disse: "o mais importante é que eu estava com o mais importante, minha família estava comigo, o resto a gente dá um jeito!"
Nenhuma reclamação, não, não, nada! A casa dela encheu até o teto, havia água dentro da lâmpada da sala, a marca de lama podia ser vista pouco mais baixo que a altura do teto da casa, sua horta no quintal destruída, lama, lama, lama. Mas não, ela não reclamou, naquele momento, frente a tragédia que está passando ela ainda foi capaz de agradecer pela sua família estar em segurança. 

Naquele momento me senti a pessoa mais egoísta, mal agradecida, e fútil do mundo! Ando reclamando da minha falta de água, quando muitos podem reclamar da falta de casa, móveis, roupas, comida, falta de tudo! Mas que ao invés disso conseguem ainda assim agradecer?! 

Acabo de chegar em casa, pergunto ao porteiro sobre a água, ele me diz o que eu já esperava, 2 caminhões já vieram, mas a água já acabou novamente. Subo e vou direto para o banheiro, pego os dois baldes que já tinha preparado hoje de manhã caso a água acabasse. Cheia de lama tomo banho à moda antiga, de balde! Mas não reclamo, deito na minha cama e penso apenas em uma coisa: gratidão. 





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